domingo, 19 de abril de 2009

O que nos faz correr?

Desde que me lembro que os Domingos, têm sido aqueles dias em que dou por mim a pensar na vida… e este, apesar de diferente de todos os outros, não difere nesta pequena característica. Dou por mim sentado numa pequena secretária, rodeado de manuais carregados de informação pronta a ser descoberta!!!

Da minha janela vejo a avenida Augusto Castro. Observo os carros que a percorrem em ambos os sentidos e penso: como é engraçado que uma avenida reúna num mesmo ponto de passagem tantas vidas com origens e destinos diferentes.

Mais à frente vejo a escola D. Dinis, aquele 'jardim' que pretende formar os Homens do amanhã. Mais ao fundo observo um aglomerado de prédios, cada um pejado de pequenas janelas. Em cada janela imagino um pequeno mundo. Pessoas que tal como eu também correm em direcção a ao que não sabemos o quê.

Imagino uma imensidão de diferentes quereres, que animados de uma vontade inata, capaz de mudar vidas e rumos… correm…

Mas porque corremos?

Olho o Tejo, o mesmo rio que, com as suas tágides, inspirou Camões, Pessoa e tantos outros e penso que já no tempo das descobertas, as perguntas seriam as mesmas. As mesmas questões que impregnaram a gente lusa de vontade e os encheram com a coragem necessária para enfrentar os mostrengos.

Será que o rio, quando nasce tem consciência da sua força e magnanimidade ao chegar à foz? Certamente que não. No entanto ele corre… À semelhança dos rios, também nós corremos. No entanto o nosso percurso não tem leito defO que nos faz correr - Meandros do rioinido. Mas como todos os rios, tem os seus meandros, que nos põem à prova. Ficamos num serpentear, que parece não nos deixar avançar. É aqui que nos diferenciamos como Homens. Ao contrário dos rios, temos a escolha de atingido determinado 'caudal'/estatuto nos deixarmos adormecer pelo embalo do serpentear da vida ou de em vez de nos represarmos, continuarmos a furar montanhas e chegar mais longe.

Neste momento sinto a vida a sorrir-me. Não que já não o sentisse antes… mas agora consigo ver-lhe os dentes. Porém agora que consigo ver mais longe, e uma infinidade de possibilidades sinto uma pequena ponta de 'insatisfação'.

Continuo sem saber porque corremos. Mas penso que, tal como o sonho comanda a vida, a insatisfação é o combustível do motor que nos mantém a correr e a querer sempre mais. Tal e qual o lema dos jogos olímpicos CITIUS, ALTIUS, FORTIUS.

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